ao teu redor (em confecção)
I.
como pudesses
tocar os gravetos da insegurança
que ainda não alcançam tuas mãos
e revisses
em torno deles a amarra da esperança
resistindo ao frio e às chuvas,
filtrasses do sol
um risco amarelado
a palmilhar estes galhos com adornos de coroas
e recebesse nos pulsos a certeza
clara e terna de um sentimento que a engrandece
outrora amedrontador e fugaz, composto de neves e cortinas
refeitas em céu, sol e areia nos teus olhos marejados,
reféns de incerta alegria
abririam-se em bolhas de brilhos
e lumes floridos, chuvas de risos
e corais de deleites.
II.
em visita
aos pátios, calçadas, salões
pistas, ruas, sobrados
ou nos átrios
dos corações
de risos e mãos dadas
de encontros aos encontros
e às despedidas
e às vidas que a vida abriga
num corpo noutro corpo
abraçado
flor em caule florescida
ou sina adivinhada
e breve perdida
permanecesses
em partida
de trens às estações
e respirável fosses
na descompassada espera
dos relógios macambúzios
ou na ansiosa demora
da tua companhia.
III.
feito estrelas de sóis, sinais
entre luzes de portos, cais
estações, escadarias e afinais
um passo de horas nos temporais
silêncio na prosa
ante a chegada dos olhos
intuídos em rostos de vaga
ou nenhuma semelhança
nos sonhos risíveis,
nos brilhos tardios,
nos riscos alinhavados e cicatrizes
assim risíveis
no encontro de um tempo
fora do tempo
fora do centro da história
deslocados, inertes na obscura
senda ali reconhecida. vida.
– 03.jan/07
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