ela (pt. 2)

se nos assemelhamos
reflexo de brilhos, fulgores,
luminescências e risos

em cada vento inspirado,
rosas crivadas no peito
e ramos de alecrim ao relento.

a cada passo adiante
e cada morro distinto
em sombra de matiz ou nuvem,

deixamos manuais,
bagagens, livros e canções
entre plataformas e cais

rimo-nos de versos e ensejos
desusamos roupas e ritos
silenciados de tanto abrigo

despimos flores e frases
abrindo caixas e cânticos
e saudades

nos colorimos para a festa,
verdejantes e púrpuras
e plantamos nossos pés

no vento, em altos cimos
em casas simples
e estradas sem fim.

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se nos assemelhamos:
uma flor só raiz.

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