da tristeza
como te deixar, tristeza
se não abandonas os riscos nos meus olhos
e os traços tristes nos meus lábios,
as sombrancelhas caídas
e os tristes devaneios
— as tristes saudades?
como te largar, ou te fazer perder de mim
se em mim te encontro
a cada reflexo no espelho
a cada mirada na manhã
a cada poente do sol?
como te esquecer, quando em mim
revoam pássaros descaminhados
e cantores obstados
e filmes no negativo?
diz-me tristeza
o que fazer para que te vás
e não voltes atrás
desses olhos que tanto te perscrutaram
e se enviesaram em rotas tão complexas
em que não se vê saída nem chegada
onde não se escuta mais que o compasso
lento e arritmado desse peito comprimido
que valsa, sem naturalidade
nos átrios de um coração vadio
diz-me ou manda-me embora:
— é melhor que eu vá agora
e desaprenda para sempre
amar-te como amei.
um triste adeus eu hei de dar.
um aceno vazio; a mão no ar.
adeus, tristeza, adeus.
f.
3 comentários:
a mão no ar, sacolejando livremente ao som de uma animada melodia.
tiro e queda!
;)
não chore, dance. se dançar, não chore. se chorar, dance. dance, dance, dance. anime-se!
hay que aprender a vivir con la tristeza, y con la nostalgia
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